quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Trooplayer: FTL


    FTL poderia muito bem ser uma sigla para Ficção, Teletransporte e Lasers, aliás todos esses elementos estão no jogo, mas é simplesmente a abreviação de Faster Than Light. Quem assistiu Battlestar Galactica pode reconhecer esse termo de cara, e aqui ele é não apenas empregado como uma pequena referência/homenagem, mas é um elemento contínuo que tem que ser usado a todo o tempo.
     O que nos traz a premissa do jogo: Você faz parte da frota da Federação que está em guerra com os Rebeldes. Você tem que chegar a base principal da federação e avisá-los do ataque eminente dos Rebeldes, que contam com uma poderosa arma secreta. 


    A premissa é bem simples, afinal o que interessa aqui é ir do ponto A ao B (ou melhor do Setor 1 ao 8) e lutar com o chefão (ou Rebel Flagship). A simplicidade aparente não pode ser mais enganosa. O jogo é difícil com os bons e velhos jogos old-school. Você tem que gerenciar a tripulação da sua nave, que é composta de várias raças alienígenas como especificidades, vantagens e desvantagens próprias, eles são parte fundamental entre o sucesso e o fracasso. 
    Além dos tripulantes você terá que gerenciar os recursos fundamentais a sua jornada: Combustível, Misseis e Componentes de Drones. Esses três recursos são pilares essenciais das partidas e o descuido com algum deles pode significar a derrota.
    Por fim, mas não menos importante, temos o gerenciamento dos sistemas da nave. Aqui a lista se complexifica e não fica nada atrás dos cânones das space-operas. Você terá que equilibrar a distribuição de energia do reator da nave entre os sistemas de Motor FTL, Oxigênio, Armas, Drones, Teletransporte, o bom e velho Campo de Força (Shield), entre outros como Camuflagem, Hackeamento e até um sistema de Clonagem (eu ouvi Battlestar Galactica?).


    Como os bons jogos dessa safra indie o gameplay de FTL apresenta uma variação do estilo rogue-like, ou seja, todos os cenários são gerados aleatoriamente a cada partida. A cada Jump uma nova surpresa. Os eventos que você encontra ao longo de sua jornada também são aleatórios, que pode incluir situações como: uma nave aliada da Federação que ficou sem combustível e que pede ajuda para você; uma estranha capsula que você encontrou vagando no espaço e tem que decidir se abrir ou deixá-la como está; ajudar uma nave que está sendo atacada por aranhas alienígenas gigantes; transportar uma carga para uma nave mercante em troca de uma remuneração generosa; ajudar um piloto que ficou mentalmente instável após a queda de sua nave em um planeta ermo. Estas são apenas algumas das várias situações que você pode (e vai) encontrar ao longo de sua jornada. Em todas elas você escolhe o que fazer. O seu leque de escolhas vai variar de acordo com os upgrades feitos em sua nave ou com as raças de alienígenas que compõe a sua nave. 



    O jogo de recompensa e te pune na mesma medida. Atenção e paciência são as chaves para o sucesso. Ao longo das partidas quase desenvolvi T.O.C. de tanto verificar o status da minha tripulação e dos sistemas antes de fazer o Jump. Essa obsessão vem do simples fato que você pode morrer por uma bobagem. Um membro com o HP incompleto ou o sistema de oxigênio danificado se tornaram problemas sérios se você "pular" para um plano do lado de um pequeno sol que fica emitindo ondas de flare ou se você for abordado por piratas que entram na sua nave para atacar sua tripulação.



    Há duas semanas comprei o jogo na Steam, em uma dessas promoções de menos de 5 reais. De lá pra cá foram 54 horas de jogo até conseguir zerar..... no EASY! No Easy o jogo é realmente desafiador, você vai morrer diversas vezes e cometer erros ridículos até descobrir a estratégia que você tem que desenvolver pra sua nave conseguir chegar e talvez derrotar a Rebel Flagship. E ainda assim, você não conseguirá parar de jogar até vencer, e quando você finalmente consegue é recompensador, você se sente como o Capitão Kirk ou Comandante Adama.



    Os gráficos e a trilha sonora são simples, mas em sua simplicidade são bem feitos, na medida para o jogo. Mas a trilha sonora se destaca, e depois de 54 horas consigo tocar mentalmente todas as músicas na cabeça.
  Se você gosta de qualquer uma das referências apresentadas, ou se você gosta de jogos que te desafiem esse é o jogo certo. Você terá horas de diversão, morrendo e falhando miseravelmente na maior parte do tempo, mas também fazendo pequenas quests para abrir novas naves e layouts diferentes de cada uma delas.


Site oficial do jogo: http://www.ftlgame.com/ 


O trailer oficial do jogo:





                                                                                                                                               Hugo André