quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Troopeiro recomenda: Punk Rock Jesus


       


Sou leitor assíduo da Vertigo Panini (e órfão da Pixel Magazine), acompanho o mix da revista principalmente pelas histórias do sacana mais bacana do universo Vertigo DC. Além de Hellblazer outros títulos me surpreenderam, ao longo destes quase quatro anos em que acompanho a revista: Escalpo, Vikings e Vampiro Americano. Quem é leitor sabe que as mini-séries que entram e saem de vez em quando são ótimas (“Spaceman”, “A Tessalíada”) e de vez em quando erram feio (“Lugar Nenhum”, “Joe, o Bárbaro”, “Casa dos Mistérios” que não é mini-série mas é um porcaria).


Minha reação ao saber que Hellblazer
faz parte do universo regular da DC.



Enfim, na edição 45 chegamos ao desfecho da mini-série em seis edições: Punk Rock Jesus. Sean Murphy (desenhista em: "Joe, o Bárbaro", "Hellblazer", "Vampiro Americano: Seleção Natural") se encarrega do roteiro e dos desenhos (com seus traços inconfundíveis), nos apresenta uma história sobre um futuro não muito distante, onde uma grande corporação decidiu fazer um reality show sobre um “clone” da pessoa mais famosa da história. O reality show intitulado de J2 segue o protocolo desse tipo de show e faz uma seletiva para a candidata (virgem) à mãe do “clone”. Enquanto acompanhamos a história entorno da “clonagem” realizada a partir do Santo Sudário, vemos flashbacks da vida de Thomas McKael, um irlandês badass, ex-integrante do IRA e chefe da segurança de J2.

Punk Rock Jesus # 1


As seis edições vão passando por momentos da vida de Cris, desde que sua mãe recebe as células clonadas, passando pelo seu nascimento, infância e uma adolescência punk. Para não me estender muito, e não estragar as surpresas da história, imagine o impacto que a noticia da “clonagem” de Jesus Cristo poderia causar no mundo, principalmente nos EUA, um país com tradição de fanatismo religiosa e com um alto índice de civis armados. Com esses elementos Sean Murphy constrói uma excelente história que critica entre outras coisas o fanatismo religioso, a manipulação da mídia e a transformação dos indivíduos. Cris, o “clone” de J2, é um garoto normal que teve sua vida inteira filmada para um reality show (um abraço para “O Show de Truman”). Quais são os impactos disso na vida deste garoto? Como ele se sente sabendo que é um "clone"? Como ele lida com as adversidades ao londo de sua vida? Todas essas questões são muito bem trabalhadas por Murphy, que se esmera os traços no visual de seus personagens e nos  grandes planos de ação.

Punk Rock Jesus # 6




            Punk Rock Jesus é uma leitura recomendada para quem gosta daquela pegada crítica da Vertigo (como em “DMZ” e “Escalpo”) e para quem aprecia a capacidade de imaginação por trás de uma boa história. Não duvido que se tal bizarrice viesse a ocorrer vários grupos de fanáticos religiosos pipocariam clamando para si o direito de tutela ou de extermínio do "novo messias". 

Hugo André

Nenhum comentário:

Postar um comentário